Com sua delicadeza e versatilidade, o vinho rosé vem ganhando adeptos pelo mundo todo. E não importam seu gosto: o rosé ganhará, com certeza, um espaço em sua mesa.
Hoje, conversaremos sobre as principais características deste vinho. Ainda, conheceremos seu surgimento e, claro, harmonizações excelentes para ele.
Que tal aproveitar este dia na companhia de um vinho rosé? Tenho certeza que você se apaixonará!
Vamos juntos?
Nem branco nem tinto: o que é o vinho rosé
Como sabemos, a carne das uvas é basicamente da mesma cor: um verde claro translúcido. E isso independe de sua espécie, se escuras ou verdes.
Porém também sabemos que há vinhos tintos e brancos. E, na enologia, é pecado mortal usar corantes ou qualquer tipo de pigmento estranho às uvas.
E então? Por que há essa distinção de cores entre os tintos e brancos? E o que seria, nessa questão, o vinho rosé?
Simples: a coloração e matização dos tintos dá-se pelo contato do mosto com as cascas da uva. Quanto maior a permanência, mais encorpados e escuros serão.
Assim, por essa lógica, o vinho rosé tem um contato curto com as cascas. Não passa de algumas horas. A transferência de coloração ocorre de modo brando, e há leve mudança estrutural.
Justamente por isso esse vinho recebe este nome: trata-se de uma bebida fina, fresca, mas com tanicidade ainda presente.
Sua coloração varia do raso alaranjado até tons um tanto mais presentes. Salmão e, mesmo, tom de cereja são encontrados em versões mais tânicas.
Agora, passemos a conhecer um pouquinho de sua história. Nosso objetivo é abrir as portas e janelas de sua mesa para esta maravilha.
A história do vinho rosé
No universo das bebidas revigorantes, o vinho é senhor da história. Sua presença é notada mesmo em textos sagrados de religiões pré-cristãs e cultos pagãos.
Dioniso, deus grego, sempre trazia à mão uma taça com o líquido. A alegria da festa e bebida eram seu ritual sagrado, com amor levianos e riso solto.
Tudo isso nos leva à compreensão da importância do vinho na vida humana. Por sua capacidade energética e adstringente, o vinho era sempre presente. Mesmo nas mesas dos mais pobres.
Todavia há que se lembrar que a tecnologia enológica é recente. Naquele passado remoto, não se dispunha da ciência nem dos métodos que, hoje, conhecemos.
Assim, o mosto era fermentado de maneiras bem rudimentares. Ocorria, até, a fermentação de diferentes uvas num mesmo tonel.
Ainda, não havia a compreensão de envelhecimento do vinho. Em geral, eram todos consumidos jovens, com pouquíssimo descanso.
Desse modo, não seria imprudente dizer que todo vinho era, praticamente, um rosé. A coloração dos vinhos em algumas obras de arte atestam essa hipótese.
Mais tarde, a província de Provence passa a adotar o termo “rosé” como especificador. Aqui, garrafas e rolhas já permitem técnicas avançadas de envelhecimento.
A partir daí, estes vinhos, com as características particulares de cor e sensação, passam a ser nosso querido vinho rosé. Interessantíssimo, não é mesmo?
Métodos de fabricação
Como explicamos, o vinho rosé é resultado da junção do mosto com a casa da fruta. Porém eles permanecem juntos por menos tempo que os tintos.
Contudo é importante saber que este método resulta no vinho rosé ideal. Mas há variações de preparo que, por analogia, recebem o mesmo nome.
A primeira dá-se pelo chamado “corte”. Nele, vinhos tintos e brancos já fermentados passam por meticulosa mistura. Alcança-se, assim, a coloração, sabor e sensação esperada por mistura.
Há, ainda, a dita “sangria” de um vinho tinto para um branco. Aqui, uma pequena parte do mosto tinto é derramada em um tonel branco. Nasce, também, outro tipo de vinho rosé.
Todavia é interessante saber que, tradicionalmente, o vinho rosé não resulta de misturas. Pelo menos não nos lugares que o consagram especial. Neles, misturar seria corromper.
Para você entender melhor o processo de produção de vinho, acesse nosso artigo específico desse tema.
Harmonizando
Para pensarmos na harmonização do vinho rosé, podemos seguir dois caminhos:
- Observar a tradição de seus criadores;
- Analisar friamente suas características.
E, claro, seguiremos os dois caminhos. Porque, por mais que enologia seja ciência, a sabedoria popular tem sempre seu papel de importância.
Quanto à tradição, a regra é clara: o vinho rosé é perfeito para frutos do mar. Seu frescor e vitalidade harmonizam perfeitamente com esses alimentos.
E sequer há debate: em todo restaurante costeiro europeu, o vinho rosé ocupa a esmagadora maioria das mesas. Há, inclusive, quem o nomeie “vinho de laranja”, embora seja puramente de uvas.
Verdade seja dita: o gosto popular, muitas vezes, nos entrega maravilhas. E este é o aporte comum, com relação ao vinho rosé.
Já na enologia, o esse vinho brilha por sua versatilidade. Combina com pratos leves, como saladas e carnes brancas e magras. Mas, por sua vez, também merece espaço em outros ambientes.
Isso ocorre por conta da leve adstringência que promove. É como dissemos: nem branco nem tinto. Ele possui o melhor de dois mundos.
Dessa forma, o ressecamento tânico do vinho rosé o torna único. Ele consegue ocupar espaços que o vinho branco não poderia. E, apesar disso, não perde seu lugar, nas refeições leves.
De petiscos a carnes mais pesadas; das saladas tropicais ao churrasco; do mexilhão ao porco, o vinho rosé pode e deve ser provado.
Essa qualidade versátil, que o torna coringa, dá, a ele, o sobrenome de “vinho do verão”. Encorpado ao ponto de agradar os fãs do tinto; leve e frutado na medida certa.
Quando decidir pelo vinho rosé
A pergunta relevante é: qual é seu objetivo, na escolha do vinho que imperará à mesa? Marcar sabores fortes de seus pratos? Ou inserir agilidade e frescor à refeição?
Se a resposta à primeira pergunta é positiva, siga o instinto: aposte num belo Malbec ou no seu já costumeiro Cabernet Sauvignion. Todos os sabores serão captados e marcados com maestria.
Nem uma coisa nem outra? Tudo bem! Aposte naquele Carmenere tinto, que você já adora!
Mas, se a experiência supera os pratos servidos, o vinho rosé brilhará para você. Inserir jovialidade e calor ao evento fará toda a diferença.
Crendo ter despertado sua curiosidade, deixo o desafio: mergulhe de cabeça neste novo universo do vinho rosé. Permita-se testar seus limites e surpreenda-se.
Até logo, amantes do vinho. Foi um prazer estar com vocês entre garrafas e rolhas. Nos vemos em breve!
O post Vinho rosé: história, características e harmonização apareceu primeiro em Master Vinho.
source https://mastervinho.com.br/vinho-rose/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=vinho-rose
Comentários
Postar um comentário