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Vinho do Porto: peculiaridades e harmonização

Universalmente aclamado, o vinho do porto é uma iguaria sem par. Tanto para degustação quanto para combinação com outros diversos sabores.

Corresponde a um legado de Portugal para o mundo. E, por isso, é tradição deste povo tão conectado ao nosso.

Hoje, conversaremos a respeito deste vinho tão especial e suas características. Ainda, traremos um pouquinho de sua história, tipos e harmonizações ótimas.

Do conforto de sua casa, viaje conosco para as terras ibéricas e descubra o vinho do porto. Será um prazer dividir tudo isso contigo.

O que é o vinho do porto

Rio Douro

De uma maneira bastante simples, vinho do porto é uma determinação de origem. Diz respeito aos vinhos produzidos no Douro, ao norte de Portugal.

Todavia há, ainda, um fator interessantíssimo a seu respeito. Ele recebe a adição de aguardente vínica antes de engarrafado. Assim, torna-se licoroso e com maior teor alcoólico.

Assim, um vinho o qual possua fermentação e destilação e tenha sido produzido na região do Douro, é um vinho do porto.

E fique claro: mesmo que haja o corte com aguardente vínica, mas a produção seja em outro lugar, não é do porto. Temos, por exemplo, o vinho da madeira que ilustra isso bem.

Ainda que possua estrutura fundamentalmente idêntica, a origem é diversa. Como a determinação é localizada, ele não integra o gênero. Tudo bem?

A história

O reino de Portugal enfrentou diversos contratempos econômicos. Guerras, fim da exploração das colônias, endividamento. Vários fatores obrigaram-no a buscar alternativas viáveis de manutenção.

Naquele então, o vinho francês era tido como a máxima expressão da qualidade. Para disputar espaço no consumo europeu, Portugal precisaria se diferenciar.

Conflitos entre Inglaterra e França, então, geraram a oportunidade perfeita: Portugal selou acordo de exportação. Os ingleses passaram a amar o vinho lá produzido.

Porém, por questões climáticas e de volume, cargas perdiam-se. Assim, surgiu a ideia de acrescentar a aguardente vínica, para estabilizar o produto.

Nasceu, assim, o que hoje apreciamos tanto: o famosíssimo e aclamado vinho do porto.

Desde lá, diferentes técnicas deram origem a diversificações interessantes. Hoje, contamos com vários estilos, indo do extrasseco ao super doce.

Nem todo vinho do porto é doce

Todo Vinho do porto é doce?

Embora associemos esse vinho à doçura, nem sempre é assim. Fatores como oxidação, no preparo, são responsáveis por variedades bastante tânicas, sem qualquer traço de frutose.

Por isso, antes de comprar um vinho do porto, é importante conhecer seus estilos. Assim, surpresas desagradáveis são evitadas. A experiência torna-se mais proveitosa e gratificante.

Conhecendo as variedades

Como já dissemos, há vinhos do porto de extrassecos, com altíssima adstringência, a super doces, frutados e refrescantes. Mas as variedades não se encerram aí.

O método de corte, a preservação ambiental e, mesmo, a troca de tonéis contribuem para a diversificação.

Entre os tintos, temos, de forma mais geral, o Tawny e o Ruby. Falemos mais a respeito deles adiante. Porém há, também, o vinho do porto branco e o vinho rosé, desta natureza.

Ainda, podemos dividi-lo em duas categorias em safrado e blend. O primeiro, obviamente, é resultado de uma safra específica, com data e sem misturas.

Já o vinho do porto em blend nasce da mistura de diferentes safras em diversas barricas. Ao final do processo, com o corte, há a categorização. A média de idade de todos vinhos a define.

Tawny e Ruby: os tipos mais comuns de vinho do porto

O que define se um vinho do porto é tawny ou ruby é seu envelhecimento. Mais especificamente, o papel dos gazes atmosféricos neste envelhecimento.

A grande questão repousa na influência do oxigênio no processo de amadurecimento do vinho do porto. Em contato com o mosto, o gás promove a oxidação, que o altera estruturalmente.

Assim, um vinho que envelheceu sofrendo trocas de barricas e exposição ao ar, amadurece mais cedo. A oxidação acontece já antes do engarrafamento.

A este vinho, que teve contato com o ar no período de barricas, chamamos tawny. Desde jovem, já é um vinho pronto para o consumo.

Por isso, desde o instante em que é disposto nas garrafas, já pode ser consumido. Não há prejuízo algum de odor, paladar ou textura. Não demanda, então, envelhecimento na adega.

Já o vinho mantido sem contato com o ar, chamamos ruby. Do tonel lacrado, ele é engarrafado imediatamente. A oxidação apenas inicia-se depois do engarrafamento.

Desse modo, tomar um vinho do porto ruby imediatamente não é recomendado. Ele deve ter sua garrafa guardada, preservada, para que amadureça. Nele, os anos são determinantes.

A experiência, assim, torna-se perfeita depois de bons pares de anos. Especialmente quando falamos do vinho do porto vintage. Ele suporta até meio século envelhecendo na garrafa.

Harmonizando o vinho porto

Harmonização - Vinho do porto

Harmonizar o vinho do porto não é tarefa difícil. Basta conhecermos se o que degustaremos é jovem e fresco ou se tende mais para a adstringência.

Em vinhos secos do porto e extrassecos, a lógica empata a dos vinhos comuns secos. E o mesmo vale para o vinho do porto rosé e as variações brancas.

Todavia, ao lidar com o vinho do porto tawny, ruby e vintage, há certas combinações especiais.

Em geral, o vinho jovem e fresco remete ao verão, noites quentes e diversão. Por isso, pode perfeitamente combinar com frutas frescas, secas e oleaginosas.

 Não é incomum ver o vinho do porto vintage, como outros ruby, harmonizado com nozes, amêndoas e afins. E, também, vale ressaltar os queijos fortes, como os azuis.

Todavia, mesmo soando diferente do esperado, o vinho do porto tawny combina perfeitamente com doces de pouco açúcar. Especialmente os que levam chocolate.

Assim, sobremesas como trufas, musses ou com ganaches meio amargos caem perfeitamente bem.

E o melhor sempre é experimentar. Por isso, não resista: renda-se aos prazeres desse vinho maravilhoso e apaixone-se por seus aromas, sabores e sensações.

Até a próxima

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